O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
O texto de José Manuel Moran “Como utilizar a Internet na educação, aborda a temática do uso das novas tecnologias no contexto educativo escolar. O autor destaca que a internet se apresenta hoje como a mídia mais expansiva e promissora neste cenário, superando até a revolução que foi o surgimento da televisão. Diz que a internet é mais aberta e descentralizada sendo vista como uma ameaça para muitos grupos sociais principalmente aqueles que se mantém hegemônicos, como é ocaso de grupos políticos e econômicos mais conservadores.
Através do uso dessa ferramenta é significativo o aumento e a difusão da informação, isso é visível observarmos, no cenário atual. Essa ferramenta se caracteriza como de livre acesso por isso escapa a censura e ao controle estatal. O acesso se dá em todas as áreas e setores, pobres, ricos, não importa, o acesso a internet não depende de classe social, mas de oportunidade de entrar em contato com esse mecanismo de comunicação, seja na escola e ou em biblioteca pública.
Esse novo cenário surge e com ele novos referenciais são construídos, assim como outras habilidades e competências são requeridas e vão gradativamente sendo construídas, como diz o autor: “Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as suas potencialidades”.(Moran, 2009,1p.)
O autor destaca também que a Internet tem se expandido na educação. Nas Universidades e escolas. È visível sua presença, seja no uso acadêmico, ou então, e principalmente como meio publicitário tornando visível suas propostas educativas ou sua filosofia trabalho.
Muitas são as possibilidades que se apresentam com o surgimento e uso da Internet na educação Uma delas é a ligeira alteração nos métodos de trabalho mesmo no sistema presencial de ensino. Por esse mecanismo rompem-se as fronteiras e as portas, diz Moran, também, as:
“(...) paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas. Também a educação continuada é otimizada pela possibilidade de integração de várias mídias, acessando-as tanto em tempo real como assincronicamente, isto é, no horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade de pôr em contato educadores e educandos”. (Moran, 2009,p1)
O autor, diz também que inúmeras as formas de aplicação e uso da Internet, destaca que ela é utilizada na pesquisa, divulgação, apoio e comunicação, podendo abranger grupos, instituições e ou indivíduos particularmente. Não há limitações no uso dessa tecnologia de automação flexível devido à conexão em rede e a sua forma de propagação eletromagnética.
As redes atraem não somente os estudantes, mas pessoas em geral que gostam de navegar, de descobrir, de divulgar suas descobertas, de pessoas que querem comunicar-se com outras enfim, seu uso é ilimitado e ainda, muitas vezes indevido (fraudes, furtos, etc...)
Uma das questões postas dentre as inúmeras situações de risco apresentadas pelo uso indiscriminado dessa ferramenta é a dificuldade de selecionar o que é essencial e de refletir sobre os aspectos postos. Por isso, na educação essa consciência deve ser construída com os estudantes para que saibam refletir sobre o que buscam e saibam filtrar as informações com critérios e valores.
Em relação ao uso da internet na educação continuada, o autor também destaca que no artigo 80 da LDB/96 há o incentivo a todas as modalidades de ensino à distância e continuada e em todos os níveis. Vemos que o a utilização integrada das mídias eletrônicas e impressas podem nos auxiliar na criação e desenvolvimento de cursos de formação de toda ordem.
No cenário educativo escolar, além da continuidade no uso da televisão, do computador e outros recursos midiáticos, a Internet é vista como a “hipermídia que privilegia a comunicação de professores e alunos, já que permite juntar a escrita, a fala e proximamente à imagem a um custo barato, com rapidez, flexibilidade e interação até há pouco tempo impossíveis”.
No seu texto, o autor ainda se atém a argumentar sobre a utilização da Internet no ensino presencial, entendendo que mesmo num espaço de organização da presença física esse recurso alcançam significativa importância porque se pode (...)“introduzir formas de pesquisa e comunicação não presenciais, que nos ajudarão a renovar a forma de dar aula, de investigar, de relacionar-nos dentro e fora da sala de aula”..
Moran, em continuidade, nos traz inúmeras sugestões e reflexões a cerca dos paradigmas educacionais e da organização dos métodos de ensino aprendizagem que advém do uso das novas ferramentas vinculadas a internet, destacando os estudos que vem sendo elaborados por um grupo de educadores e pesquisadores na universidade de São Paulo, em relação a isso o a essa questão, o autor nos diz que:
A Escola do Futuro [ http://www.futuro.usp.br ] - grupo de pesquisas da Universidade de São Paulo - é pioneira na implantação de uso de redes eletrônicas no ensino fundamental e médio no Brasil. Desenvolve projetos de ensino de ciências e de humanidades com redes telemáticas desde 1990. Exemplos de projetos: Fast Plant (comparação do crescimento rápido das plantas em climas e com adubos diferentes). Projeto Ecologia das águas (coleta e análise de amostras de águas próximas às escolas conveniadas). Projeto Biogás (produção de mistura de gases; biodigestão com três temperaturas diferentes). Projeto Energia Solar (comparação do consumo de energia; coleta de energia solar, transformando-a em energia elétrica). Projeto de Plantas Carnívoras (em 1996, com 23 escolas). Projeto Sky (observar o céu e trocar informações com alunos do hemisfério Norte). Projeto Brasil/Portugal (Des)encontros de culturas (professores e alunos de geografia, história e português de duas escolas brasileiras e duas portuguesas). Projeto Educando para a Cidadania (com alunos da sexta série de vários colégios).
Ainda sobre o uso dessa nova ferramenta de trabalho, a web/internet, vemos que a possibilidade de conectar-se a computadores em rede vem provocando mudanças significativas nos modos de comunicação e acesso a informação; isso também vem interferindo nos modos de letramento e nos gêneros literários. Novas formas de escrita, outro padrão, que por vezes chega a assustar pelo tamanho “desordenamento” das regras da escrita ou, seja, na criações de novas terminologias conceituais.
Para termos uma idéia mais de precisa sobre como estes cenários estão sendo constituídos precisamos compreender algumas características do ciberespaço da web. O autor diz que, talvez o avanço tecnológico de maior repercussão do último quarto do século passado foi o desenvolvimento dos ambientes telemáticos, pois, através deles, a informação sob o formato digital pode ser compartilhada por um número de usuários tão grande quanto à extensão do atendimento de conexões e a capacidade de processamento dos gerenciadores das redes.
Entretanto, afirma o autor que a palavra compartilhar não é suficiente para que se possa avaliar o potencial desses ambientes: neles, os usuários podem interagir a ponto de construir, concomitantemente, produtos de informação, que chamaremos simplesmente de textos, sejam pictóricos, alfanuméricos, sonoros ou um amálgama desses.
Diz também que esse “amálgama, chamado de hipermídia, pode se apresentar ao usuário sob a forma de animação (...) ou de um emaranhado de atalhos e ligações que, ao serem navegados, sugerem um significado do percurso informacional, como se esse fosse fruto de uma leitura”.
Concluindo o autor diz que nunca se produziu tanto conhecimento e, comparativamente, se conheceu tão pouco frente a sua totalidade. A ampliação do acesso à educação formal e aos meios de comunicação foi, sem dúvida, o estopim dessa explosão produtiva, mas o desenvolvimento do computador.
Os dados expostos acima, mostram um pequeno recorte de todo um trabalho que vem sendo realizado e que o autor apresenta na íntegra do seu artigo sobre o uso da internet na educação. Esse estudo pode ser encontrato em Home Page sobre Comunicação e Educação: http://www.eca.usp.br/eca/prof/moran/mor.htm e http://www.geocities.com/TelevisionCity/7815/index.html
Também nos endereços abaixo:
http://www.eca.usp.br/eca/prof/moran/mor.htm ou em http://www.geocities.com/TelevisionCity/7815/index.html .
Texto organizado pela professora Cleusa Lazarotto para fins didáticos e uso exclusivo no cumprimento da atividade no curso de Inclusão digital promovido pela GERED/NET São Miguel do Oeste, em maio d e2009 tendo como referência os artigos extraídos do endereço citado acima.
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ENSINAR MELHOR- mudando a forma de ensinar
Conforme o texto do Professor José Manuel Moran “Modificar a forma de ensinar” publicado no site www.ec.usp.br/prof/moran tendo como referência, trecho do seu livro: A educação que desejamos: novos desafios e como chegar (2007), destaca que vivemos hoje mudanças significativas na sociedade e conseqüentemente se requer que na educação esse procedimento seja adequado. Relata o autor que, recentemente, em curso intensivo ministrado para professores do Ensino Médio em um colégio particular de Curitiba, ouviu dos professores críticas e desabafos em relação a dificuldade sentida em trabalhar com adolescentes em sala de aula. No relato, os docentes afirmam com veemência de “como é difícil dar aula para adolescentes desmotivados, dispersivos, barulhentos, indisciplinados”.
Diz o autor ainda, que ouvindo outra professora, esta da disciplina de Língua Portuguesa, em seu depoimento apresenta outra argumentação em relação a mesma situação. Segundo a professora, afirma o autor, esta não tinha problemas maiores com esses mesmos alunos. E, ainda, diz o autor, que ela detalhou o seu método de trabalho explicando todo o seu envolvimento e comprometimento apaixonante, como se pode ver no relato:
“Eu gosto dos meus alunos e me preparo positivamente para as aulas”. Gostar dos alunos, gostar deles como são, com as dificuldades que trazem, com o jeito que se vestem, falam e escrevem. Gostar deles: é óbvio, mas fundamental para obter sucesso pedagógico. Muitos professores parece que não apreciam os alunos, sentem-se distantes deles, só os criticam e se preparam para a aula como para uma guerra e, evidentemente, ela acontece.
Destaca ainda, em seu depoimento a professora, que em aula sempre procura surpreender os alunos, pois todos gostam de novidades.
Particularmente, como docente dos cursos de formação e no acompanhamento pedagógico na escola, percebo que o ser humano é curioso por natureza, por isso precisa ser desafiado e incentivado continuamente. Em sala de aula, cada vez mais, os jovens precisam sentir que estão sendo oportunizadas situações que os ajudem a crescer e a encontrar respostas as questões pessoais. Mesmo, aqueles que dizem não gostar de aprender ou mostram-se desentusiasmados, quando encontram o projeto pessoal avançam.
Em sala de aula e mesmo no cotidiano, precisamos é sair da rotina. Embora haja sempre um ritual da aula, a mesmice desencadeia a estagnação, e, a normose impede tanto a satisfação do trabalho do professor quanto do rendimento dos alunos.
Ainda segundo o autor, em seu relato sobre o diálogo com a professora, esta afirmava que os alunos, a cada aula aguardavam sempre por alguma surpresa. Então, o seu planejamento contemplava essa dinâmica, como que um mostrar de forma bem clarificada, “preparei com carinho e com cuidado o encontro de hoje”. Quer profissionalismo melhor? Qual é o aluno que não é tomado de reflexão diante dessa atitude? Mesmo que o aluno não perceba por si só, pode o professor, lhe advertir sobre essa atitude de cuidado e zelo. Estejamos certos de que, não há adolescente que não compreenda que pode e deve também se comprometer com seu projeto de vida, se o professor, ou outro o faz primeiramente.
Essa organização pedagógica destaca pelo autor e relatada pela professora mostra que ainda é possível encantar o jovem e trazê-lo ao contágio afetivo-cognitivo para se envolver na aprendizagem escolar. Ela diz que em sua metodologia estava prresente essa dinâmica de busca e inovação (...)“às vezes era um vídeo diferente, uma nova dinâmica. Outras era simplesmente uma peça de vestuário, um chapéu, algo que tivesse relação com a aula”.
Notem, diz o autor que, na metodologia de trabalho da professora, além do seu entusiasmo está o profissionalismo, pois, “as aulas são diferentes umas das outras. São utilizadas tecnologias de ilustração como vídeos, CDs, DVDs, pesquisa na Internet. Todo educador precisa surpreender e cativar seus alunos sempre”.
Diz ainda a professora, em seu relato ao palestrante Moran: “Faço os acordos possíveis para as atividades, pesquisas e forma de apresentação”.
Se pode perceber então, que a professora procura negociar com os alunos os sub-temas de uma pesquisa, a forma de apresentá-los e de divulgá-los. Os alunos fazem suas propostas e chegam a um acordo com a professora. Uns preparam um vídeo, outros um CD, outros desenvolvem uma peça de teatro. Acontece sempre um grande evento no fim do semestre para ampliar a repercussão dos trabalhos. Os alunos se sentem valorizados, levados em consideração e correspondem participando com entusiasmo, diz o autor..
Moran ainda destaca que, na educação o mais importante não é utilizar grandes recursos, mas desenvolver atitudes de comunicação e afetivas favoráveis e algumas estratégias de negociação com os alunos. Chegar a consensos sobre as atividades de pesquisa e a forma de apresentá-las para a classe é uma metodologia simples e possível, mas que dá um resultado bom. Por que, o aluno se sente envolvido e chamado a participar sendo também agente neste contexto e portanto, sujeito da sua aprendizagem. Se isso parece tão simples, porque então os colegas dessa professora se queixavam tanto dos mesmos alunos que com ela colaboravam? Esse questionamento trazido pelo autor serve como parâmetro de reflexão a cada um de nós educadores. Ensinar melhor ou mudar o jeito de ensinar. O que de fato precisamos fazer?
Alguns pontos são mostrados pelo autor e que destacamos a seguir:
a) Equilibrar o planejamento institucional e o pessoal nas organizações educacionais. Planejamento flexível e criatividade sinérgica. Equilíbrio entre a flexibilidade (que está ligada ao conceito de liberdade, de criatividade) e a organização (onde há hierarquia, normas, maior rigidez). Nem planejamento fechado, nem criatividade desorganizada, que vira só improvisação.
b) Avançaremos mais se soubermos adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado, se transformarmos a sala de aula em uma comunidade de investigação.
c) Avançaremos mais se aprendemos a equilibrar planejamento e a criatividade, a organização e a adaptação a cada situação, a aceitar os imprevistos, a gerenciar o que podemos prever e a incorporar o novo, o inesperado. Planejamento aberto, que prevê, que está pronto para mudanças, para sugestões, adaptações. Criatividade, que envolve sinergia, pôr as diversas habilidades em comunhão, valorizar as contribuições de cada um, estimulando o clima de confiança, de apoio.
d) Com a flexibilidade procuramos adaptar-nos às diferenças individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais. Com a organização, buscamos gerenciar as divergências, os tempos, os conteúdos, os custos, estabelecemos os parâmetros fundamentais.
e) Traçar linhas de ação pedagógica maiores (gerais) que norteiem as ações individuais, sem sufocá-las. Respeitar os estilos de dar aula que dão certo. Respeitar as diferenças que contribuam para o mesmo objetivo. Personalizar os processos de ensino-aprendizagem, sem descuidar o coletivo. Encontrar o estilo pessoal de dar aula, onde nos sintamos confortáveis e consigamos realizar melhor os objetivos.
f) Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldade em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida.
g) A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. O papel do educador é mobilizar o desejo de que o aluno aprenda, que se sinta sempre com vontade de aprender, de conhecer mais.
h) Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente.
i) Avançaremos mais pela educação positiva do que pela repressiva. É importante não começar pelos problemas, pelos erros, não começar pelo negativo, pelos limites. E sim começar pelo positivo, pelo incentivo, pela esperança, pelo apoio na nossa capacidade de aprender e de mudar.
j) Ajudar o aluno a que acredite em si, que se sinta seguro, que se valorize como pessoa, que se aceite plenamente em todas as dimensões da sua vida. Se o aluno acredita em si, será mais fácil trabalhar os limites, a disciplina, o equilíbrio entre direitos e deveres, a dimensão grupal e social.
Concluindo podemos afirmar que o cenário da educação precisa e continuará se recriando para poder educar não somente aos jovens, mas a toda a humanidade, incluindo o educador que também como um ser humano se educa e se recria a cada novo contexto.
Referências:
Texto elaborado pela professora MS. Cleusa Lazarotto para fins didáticos na atividade do curso de Linux Educacional promovido pelo NTE- GERED de São Miguel do Oeste,maio de 2009, tendo como referência o texto extraído do site:http:// www.eca.usp.br/prof/moran “Modificar a forma de ensinar”, sendo o trecho por ele extraído da sua obra: A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá . Campinas, Papirus, 2007. O professor José Manoel Moran é especialista em mudanças na educação presencial e a distância e possui muitos livros publicados na área da educação.
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